Nascimento de um novo bairro.

Não apenas as qualidades urbanas enriquecem um lugar. A riqueza de um lugar está também na sua história e na sua tradição. São Caetano tem qualidade urbana; uma bela história e cultua a tradição.
Eng. Luiz Carlos Pereira de Almeida

A viabilização do Espaço Cerâmica é fato histórico, fruto da persistência e determinação da Sobloco Construtora S/A, que contou com o grande entusiasmo e apoio da prefeitura municipal.

O começo deu-se em em 1998, quando o diretor superintendente da Sobloco – Luiz Carlos Pereira de Almeida - visitou a cidade para analisar a potencialidade imobiliária da área da antiga Cerâmica São Caetano, hoje Espaço Cerâmica. “Logo de início – conta Pereira de Almeida -, a Sobloco identificou uma série de entraves ao seu projeto, iniciando pelo zoneamento, que à época apontava restrições para habitação, comércio, serviços e lazer. Era indispensável promover um plano de ocupação condizente com a dinâmica da cidade, possibilitando implantar um projeto para atender plenamente o apelo de crescimento, dentro das mais modernas tendências de ocupação”.

Luiz Carlos Pereira de Almeida identificou também outras questões relevantes: “Era necessário elevar leitos viários e construir ‘piscinões’, para evitar enchentes na região; e remodelar o sistema viário, já então com a capacidade de fluidez esgotada. Sem a participação dos poderes públicos, é impossível para a iniciativa privada solucionar questões do gênero”, diz o engenheiro.

Decidido a encontrar soluções, Pereira de Almeida iniciou contatos com escalões municipais: “Pesou na decisão constatar que a administração pública praticava uma política voltada ao desenvolvimento, portanto deveria ser boa interlocutora. Pensando desta forma, concluímos que havia chances de levar adiante a intenção de executar ali um ótimo projeto”. Através de entendimentos com a administração da Cidade, em primeira fase na gestão do saudoso Prefeito Luiz Olinto Tortorello e, em seguida, com seu sucessor José Auricchio, Jr. e mais ainda, com a direção da Eletropaulo, estabeleceu-se então o que hoje se entende como a verdadeira parceira pública privada. Um Protocolo de Intenções foi firmado, em 2002 e vem sendo cumprido por todos.

A Sobloco se obrigou a executar e custear as obras da Nova Linha de Transmissão de Energia Elétrica, que atravessava, por um quilometro, a área da Cerâmica. A Eletropaulo concordou em receber estas obras quando concluídas e proceder em seguida a necessária re-ligação e efetivar a transferência dessa Linha de Transmissão de 113 mil volts que abastece 5 estações transformadoras atendendo mais de 400 mil clientes. Por sua vez, o Grupo Magnesita – proprietário da área - através de sua empresa Risa Refratários e Isolantes Ltda, concordou em doar à Prefeitura a área necessária para o prolongamento em duas pistas da Avenida Guido Aliberti e para a abertura da nova Avenida Nelson Braido.

A Prefeitura concordou também em executar a extensão da galeria de águas pluviais destinada a ordenar a drenagem de larga área da bacia a jusante e também de executar as obras do prolongamento viário das Avenidas Guido Aliberti e Nelson Braido. O DAEE – Departamento de Água e Energia Elétrica do Estado se comprometeu a executar os reservatórios (piscinões) ao longo do Corrego que margeia a Av. Guido Aliberti, deixando entre eles espaço para a construção das bases destinadas aos novos postes da linha de transmissão. Além disso, estabeleceram-se naquele Protocolo os compromissos da Risa e da Prefeitura de propiciar à Eletropaulo a propriedade ou servidão da área necessária a esta nova Linha de Transmissão.

“No âmbito estadual, além da Eletropaulo também o Metrô de São Paulo é parceiro. Negociamos para receber em nosso aterro os volumes das escavações da nova Estação Luz. Foi uma negociação benéfica para nós, que executamos o aterro; e para o Metrô, que reduziu sensivelmente seus custos de transporte de terra, pagos aos seus contratados por quilômetro rodado, porque a partir da Luz até o Espaço Cerâmica a distância é bem menor do que entre a Luz e Guarulhos ou Raposo Tavares, destinos originais da descarga”, conta o presidente da Sobloco.Essa mudança proporcionou à Companhia do Metrô uma economia no transporte de 29 km por caminhão.

“A parceria tem sido um exercício dos mais interessantes. Em conjunto, foram discutidas todas as questões e planejadas as soluções. Há um grande respeito mútuo, e todos têm cumprido suas obrigações. É óbvio que uma empresa ganha ao realizar projetos, mas, como acontece com nossos empreendimentos como a Riviera de São Lourenço em Bertioga,; e com o Parque Faber-Castell em São Carlos,, o Espaço Cerâmica impactará positivamente na totalidade de São Caetano do Sul, beneficiando a economia com a criação de mais de 20 mil novos postos de trabalho e elevando a arrecadação de impostos. Beneficiará também a ordenação urbana, da qual as alterações no traçado viário são exemplo formidável”, finaliza Luiz Carlos Pereira de Almeida.